Cavaleiras Paralimpicas colocam Portugal no pódio, por equipas e a nivel individual

19-06-2015 18:45

Cavaleiras paralímpicas colocam Portugal no pódio, por equipas e a nível individual                     

NOCPEDI3* de Somma Lombardo de 12 a 14 Junho 2015

Terminou o CPEDI3* (International Para-Equestrian Championship 3*) dedicado aos atletas
portadores de deficiências físicas, que se realizou de 12 a 14 de Junho, em Somma Lombardo, Itália. Pela primeira vez, Portugal sobe ao pódio por equipas (3º lugar, em 6 Países) e a nível individual.

Sara Duarte, com Damasco OS consegue o segundo lugar nas duas provas realizadas e Ana Mota Veiga, com Convicto, também, no podio no 3º e 2º lugar.

A Academia Equestre João Cardiga, representou o País, também, pela primeira vez, com uma equipa constituída por 3 conjuntos nos graus 1 A, 1B e III representados, respetivamente, por Ana Mota Veiga, com Convicto, Sara Duarte, com Damasco OS e Inês Alemão Teixeira, com Duende. Destaque para a estreia do último conjunto, com a mais jovem cavaleira, bem como o cavalo de Ana Mota Veiga, Convicto, também estreante. Os cavalos são todos da raça puro-sangue lusitano.

Sob o alto patrocínio dos Jogos Santa Casa, esta participação nacional teve como objetivo, qualificar as cavaleiras para o campeonato da Europa, que se realizará de 17 a 20 de Setembro de 2015 e subir no ranking internacional.

"Os resultados corresponderam as nossas expectativas", afirmou João Pedro Cardiga, treinador do grupo.

"Este é um marco no trabalho da Academia. Há muito que persistimos no desenvolvimento da modalidade e um dos objetivos era aumentar número e cavalos e atletas em competições internacionais, já foi alcançado. E todos de raça lusitana." Acrescenta.

"Com cavalos e cavaleiras estreantes o desafio foi maior, mas a qualificação para o campeonato da Europa
já foi assegurada, para a Sara e Ana.
A Inês, tal como previamos desceu para o nivel II, o que irá aumentar a sua competitividade e nivel de segurança, pelo que estamos tambem satisfeitos. Ainda temos mais um
internacional dias 19, 20 e 25 em Mulhouse, França, pois há que continuar a subir no ranking.

Aproveito, para agradecer, em nome de toda a comitiva portuguesa o apoio que nos chega de Portugal, atraves de mensagens e telefonemas. Bem Hajam."

A comitiva segue agora para o CPEDI3* de Mulhouse onde participará em mais uma competição dias 19, 20 e 21 de Junho.

RESULTADOS FINAIS CPEDI3* de Somma
Lombardo de 12 a 14 Junho 2015

Team Test

Grau 1B - Sara Duarte, com Damasco OS
(64,667%) - 2º Lugar

Grau 1 A - Ana Mota Veiga, com Convicto
(70,652%) - 3º Lugar

Grau III - Inês Alemão Teixeira, com
Duende (56,009% - 6º lugar

Individual Test

Grau 1B - Sara Duarte, com Damasco OS
(65,287%) - 2º Lugar

Grau 1 A - Ana Mota Veiga, com Convicto
(70,435%) - 2º Lugar

Grau III - Inês Alemão Teixeira, com
Duende (55,447% - 6º Lugar

Free Style (Kur) prova cancelada devido ao mau tempo.

Países presentes; Italia, Portugal, Eslovaquia, Letonia, Russia, Argentina

O que é a Paradressage?

A Equitação Adaptada insere-se na modalidade de Ensino ou Dressage. Destina-se a pessoas com deficiências físicas e consiste, basicamente, em provas de ensino adaptadas ao grau de capacidade de cada atleta, que fazem parte das provas dos Jogos Paralímpicos.

O campeonato é composto por provas que os atletas disputam segundo o seu grau de limitação fisica.

Os cavaleiros são avaliados por fisioterapeutas e de acordo com o perfil de capacidades de cada um, são colocados em diferentes graus. Existem 5 graus: Ao grau 1a e 1B a que correspondem exercícios a passo
e/ou trote, o Grau 2 exige um pouco mais de trote e algumas figuras de picadeiro um pouco mais difíceis, o Grau 3 exige exercícios nos três andamentos (passo, trote e galope) e o Grau 4 exige trabalho em duas pistas (ladeares, espáduas-a-dentro, etc.), portanto uma prova com um razoável nível de dificuldade. Este grau destina-se a pessoas com deficiências consideradas menores e a exigência em termos de equitação é muito maior.

A Paradressage é tão, ou mais importante que a dressage, o rigor de exigência é absolutamente igual. Nas duas disciplinas o objectivo é alcançar a perfeição. Isto é, o entendimento perfeito entre dois seres - o cavalo e o cavaleiro - de forma a executarem os exercícios como se fossem um só.

Embora se encontrem referências aos benefícios da relação entre cavalos e pessoas em escritos gregos e romanos, foi só quando a dinamarquesa Lis Hartel conseguiu ganhar duas medalhas de prata, nos jogos olímpicos de Helsínquia em 1952, após ter sofrido de poliomielite e de se mover com o auxílio de canadianas, que a equitação desportiva de competição para pessoas com deficiência começa a ser amplamente divulgada.

Após este acontecimento na década de 1960 a equitação foi aceite pela Associação Medica Americana (American Medical Association) como "uma ferramenta de valor inestimável".


Voltar